Como falar em crescimento num ambiente corporativo, sem que alguém levante a questão da crise? De que maneira liderar uma equipe sem abordar os temas que floreiam os jornais? Como ignorar os índices?
Essa tem sido uma tarefa inglória dos líderes empresarias do Brasil. Faz tempo que um gestor de empresa não pode usar de exemplos locais para mostrar como é possível vencer os desafios no negócio.
Nem mesmo a grama do vizinho segue verde. Pelo contrário, o líder evita falar da desgraça alheia, justamente para que não vire desculpa para os maus resultados da sua empresa. Até o deboche sobre as perdas do concorrente estão fora de moda. Hoje, o melhor a fazer é ficar longe de tudo o que tiver tom de fracasso. Independentemente da área, as notícias são ruins. O máximo que se ouve é sobre o ano que vem.
E é aí que entra a resiliência. Tudo e todos, numa organização, devem ter essas características. As pessoas, os processos, e as paredes. A fase é de resistência, flexibilidade, reação positiva, volta por cima.
Palavras fáceis, ações difíceis. Mas possíveis, contanto que a gestão, como um todo, volte-se para isso. Fortalecer as suas equipes e as suas estruturas. Não adianta negar o óbvio, muito menos aceitar que o desastre vai nos atingir. A saída é encarar e ir para o ataque. Adiantar-se à onda de desmotivação, de baixa do consumo, e de desemprego.
Começa pela lógica de que cada um deve fazer a sua parte. Segue pelo trabalho organizado, em equipe, e termina, por certo, no resultado. É de resultado que todas as empresas precisam para fugir da crise. E o resultado vem do trabalho, de mais trabalho, de muito trabalho. Resiliência empresarial, na prática, e antes de tudo, é seguir trabalhando, cada vez mais. Acreditar, sim, em estratégias, planejamento, ideias boas, mas não confiar cegamente na prancheta.
É ir a campo, forçando uma rotina de produtividade, que traga o foco para o "agora". O ato, o fato, o verbo. É orientar, cobrar, fazer. Se todos os envolvidos no processo forem resilientes, ele seguirá até a sua etapa final. E se a gestão, como um todo, mostrar-se segura de seus objetivos, e flexível às adversidades, um clima de confiança se instalará, e o processo maior será confirmado. Fugir da crise é enfrentá-la. Encarar o panorama que se apresenta é a única forma de passar por ela. Encorajar a equipe de profissionais que o rodeia é vital para erguer o moral da instituição, mantendo-a em pé.